A PRESENÇA DE POUCOS ESPERMATOZOIDES em uma amostra de sêmen indica um quadro chamado de oligoespermia. O homem ejacula e geralmente tem orgasmo, mas não produz a quantidade de gametas adequada para a fertilização natural. Dificilmente o espermograma aponta uma oligospermia separada de uma astenospermia, ou seja, de uma baixa motilidade dos espermatozoides. Quando os exames apontam apenas a baixa motilidade, no entanto, é grande a possibilidade de que existam processos infecciosos no aparelho genital masculino
Embora alguns casos de infecção possam ser resolvidos com a simples administração de antibióticos, vários outros distúrbios relacionados com o espermatozoide não respondem a medicamentos de forma tão eficaz. Quando há baixa quantidade de gametas no sêmen, por exemplo, o aumento de espermatozoides que se verifica após um período de tratamento por medica mentos não corresponde a um aumento das taxas de gravidez. É um dado estatístico ainda a ser desvendado. Felizmente, hoje em dia, técnicas mais avançadas de reprodução assistida – ainda que um pouco mais invasivas – conseguem contornar causas masculinas de infertilidade quando estas driblam o efeito de medicamentos.
O objetivo deste capitulo é analisar as doenças do trato genital masculino, que, conforme pudemos observar, têm variações e aspectos diferenciados.
Infecções e doenças sexualmente transmissíveis
Antes de virar uma mistura só, chamada de sêmen, o líquido seminal e os espermatozoides vêm de regiões diferentes do trato genital masculino. O primeiro, produzido na próstata e nas vesículas seminais, é cheio de nutrientes para alimentar os gametas. Estes, por sua vez, nascem e crescem nos testículos, as glândulas reprodutoras masculinas que equivalem aos ovários femininos. De pois de formado, o espermatozoide ainda percorre um caminho sem a presença de liquido seminal no canal deferente. Na ejaculação, a próstata e a vesícula seminal se contraem e expulsam o liquido seminal que produziu. Ao passar pela uretra, mistura-se aos espermatozoides, conduzindo–os ao exterior.
O liquido seminal, portanto, precisa estar sempre sadio, sem bactérias ou processos inflamatórios ao seu redor. Quando uma infecção se aloja na próstata ou nas vesículas seminais, todo o veiculo de condução dos gametas fica contaminado ou prejudicado. Se não são as próprias bactérias, são os glóbulos brancos produzidos pelo organismo para combatê-las que deixam o liquido inadequado para conduzir os espermatozoides.
As infecções normalmente acontecem de maneira ascendente, ou seja, a bactéria pode entrar pela uretra e subir, alcançando áreas internas. E a forma mais comum de contaminação dos órgãos genitais masculinos. Entre as bactérias causadoras de infecções no aparelho reprodutor, está a Clumydia Tracoma tis, que é bastante comum e perigosa. Sorrateira e silenciosa, ela não apresenta sintomas significativos nem no homem nem na mulher, mas causa muitos es tragos em ambos. Outro exemplo de infecção grave é a gonorreia masculina (Neisseria Gonora) que, embora muitas vezes não apresente sintomas na mulher, é sempre sintomática para o homem e exige que se vá ao médico rapidamente. Stafilococcus Aureus é outra bactéria importante, pois tem influência
significativa nas infecções testiculares.
Muitas infecções também são provocadas pelas bactérias gran negativas, que habitam o aparelho digestivo e são transmitidas durante o coito anal. As estatísticas de infecções masculinas por contaminação apontam, em primeiro lugar, para homens que não usaram preservativos em relações sexuais. Em segundo lugar, vem aqueles que estavam imunologicamente comprometidos ou alcoolizados durante o coito, enquanto que aqueles que praticaram coito anal ocupam a terceira posição.
A relação entre infecções já superadas e infertilidade pode ser sutil. Bem tratadas, as infecções podem desaparecer totalmente sêmen maiores consequências. No entanto, também é possível que deixem sequelas. Esta possibilidade deve ser sempre considerada, uma vez que as infeções estão entre as causas frequentes de impedimentos para uma gravidez. Um pequeno comprometimento que ficou para trás após o tratamento por antibióticos pode ser a explicação para a baixa atividade de um dos testículos. Em tese, em um caso assim, a produção de espermatozoides do outro testículo garante as condições reprodutivas, Se, no entanto, a parceira também apresenta pequenos comprometimentos, como um muco pouco receptivo à passagem dos gametas, por exemplo, a somatória de características do casal resulta em um quadro de subfertilidade.
DIÁRIO DE UM ESTERILEUTA
Espermatozoides preguiçosos
Adriana e Gelson eram ainda bem jovens quando chegaram pela primeira vez ao meu consultório. Ambos com menos de 25 anos, já estavam às voltas com o dilema da infertilidade e não conseguiam uma explicação para o seu problema. Teríamos que desvendar a origem de uma disfunção que aparecia no espermograma de Gelson. Tudo –inclusive o exame para detectar eventual infecção se apresentava normal, menos a motilidade dos espermatozoides. Embora em quantidade suficiente e com aspecto considerado adequado para uma fecundação, eles se mostravam bastante “preguiçosos“: se movimentavam com lentidão, como se estivessem pesados demais para manter a necessária desenvoltura ao percorrer o liquido seminal. Consequentemente, não conseguiam vencer a distância até o óvulo.
Muito apegado à sua opção por um estilo de vida naturalista, o casal tinha um certo pavor de submeter–se a exames e procedimentos médicos. E como protestavam! Uma simples picada para coleta de amostra de sangue lhes parecia invasiva demais para se encaixar em sua filosofia de vida Difícil, naquela circunstancia, seria convencer o casal de que Gelson deve ria tomar antibióticos por cerca de quinze dias. Era o que eu tinha em mente, depois de muita investigação. Tudo sugeria uma infecção, embora nada tivesse sido detectado pelos exames, e eu estava animado com a possibilidade de resolver aquele caso apenas com remédios por via oral Afinal, dessa forma, poderiam ter a gravidez da forma como sonhavam: por meios totalmente naturais.
Mas como foi dramático para aqueles dois jovens abrir uma exceção em seu estilo de vida e aceitar os tais remedinhos! “Antibióticos são uma Violência“, protestaram, não aceitando a ideia a principio. No entanto, passadas algumas semanas e considerando que o desejo de ter um bebê merecia o sacrifício, Gelson iniciou o tratamento. Três meses depois já estava curado. Para sua surpresa, os espermatozoides, livres de bactérias, recuperaram a motilidade e a gravidez de Adriana veio logo em seguida.
Outras sequelas de infecções e DST podem ser mais graves, causando, por exemplo, alterações no espermatozoide, mudanças na acidez do liquido seminal, obstruções no canal deferente e até azoospermia, condição caracterizada pela ausência de produção de espermatozoides.
Infecções nos testículos
Até poucas décadas atrás, ainda não se podia afirmar com certeza que certas bactérias poderiam pegar “carona” na cauda do espermatozoide. No entanto, na medida em que aumentaram os recursos de laboratório para investigar a qualidade do sêmen, surgiram melhores explicações para as causas masculinas de infertilidade e, entre elas, a constatação do fenômeno do espermatozoide aparentemente preguiçoso como consequência de certas infecções. Vindas de certos tipos de infecção nos testículos, algumas bactérias parasitam as células reprodutivas e se tornam um grande peso extra que os gametas são obrigados a carregar. Nos homens que apresentam a doença, o resultado é uma grande dificuldade de movimentação por parte dos espermatozoides.
O diagnóstico de bactérias que parasitam a cauda dos gametas masculinos, no entanto, é sempre animador, pois o caso pode ser resolvido apenas com remédios antibióticos administrados por via oral
A ausência de produção de espermatozoides também se explica, em muitos casos, por infecções localizadas nos testiculos ou no epidídimo, que é uma espécie de bolsa que fica sobre essas gónadas masculinas. Só a inflamação causada pela ação das bactérias diminui a quantidade de oxigênio da área e não se pode esquecer que os espermatozoides são células vivas que precisam de oxigênio para sobreviver. Infectados, os testículos também aumentam de tamanho e podem apresentar uma quadro que iniba o processo de produção de gametas. A caxumba é um exemplo disso.
Variações na acidez do líquido seminal
O pH natural do sêmen gira em tomo de 7 a 8. Mas qualquer inflamação pode alterar esse equilíbrio. Quando a próstata está inflamada caracterizando uma prostatite, ela deixa de produzir uma enzima chamada fosfatase ácida e o pH aumenta. Quando o problema está nas vesículas seminais – a chamada vesiculite – o que baixa é a produção da fosfatase alcalina, provocando a queda do pH. Nos dois casos, redução ou excesso de acidez, o ambiente torna-se inadequado para a sobrevivência do espermatozoide.
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Agua com açúcar
“Já sei que tenho poucos espermatozoides, porque não sai muito liquido na ejaculação“, disse Antônio Luiz em sua primeira consulta. Estava com certo receio de que a amostra para o espermograma não fosse suficiente. “Se houver um tratamento para aumentar meu sêmen, eu gostaria de tentar antes“, sugeriu. Célia, sua mulher, já tinha um filho do primeiro casa mento. Isso fazia o casal supor que nada havia de errado com ela. Mas será que Antônio Luiz tinha mesmo um problema por causa do pouco sêmen?
Na verdade, não. Costumo usar uma imagem simples mas que se torna importante para a compreensão das doenças que se relacionam com a fertilidade do sêmen. Se pensarmos em um copo de água com açúcar, o líquido seminal, que sai durante a ejaculação, seria a água. Os espermatozoides ou gametas masculinos, que são carregados por esse líquido, seriam os grãozinhos de açúcar diluídos. Portanto, pouco liquido seminal não significa uma baixa contagem de espermatozoides necessariamente, pois eles podem simplesmente estar mais concentrados. Na realidade, as doenças relacionadas com a qualidade do sêmen podem estar na fabricação ou no transporte de seus dois componentes: liquido seminal e espermatozoides.
De fato, descobrimos mais tarde que António Luiz tinha um problema de transporte: excesso de acidez no liquido seminal decorrente de uma inflamação acentuada na próstata. Após um tratamento clinico que resolveu o pro cesso inflamatório, Antônio Luiz e Célia tiveram seu bebé por fertilização in vitro. O tratamento, aliás, foi imprescindível para o sucesso do atendimento, porque tentar algum procedimento de fertilização in vitro correndo o risco de usar sêmen infectado seria jogar fora uma oportunidade e submeter o casal a um estresse que poderia ser evitado pela eliminação prévia de riscos.
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A INFERTILIDADE MASCULINA
Obstruções do canal deferente
O cordão espermático, ligação entre os testículos e a cavidade abdominal, é formado por uma veia, uma artéria e o canal deferente. A vasectomia é feita exatamente no canal deferente, criando uma obstrução proposital para impedir a passagem dos espermatozoides. De forma semelhante, doenças sexual mente transmissíveis e processos inflamatórios também podem deixar sequelas que se transformam em barreiras.
Até chegar à extremidade da uretra, o canal deferente faz uma volta, passando por trás da bexiga. Ao longo desse caminho as bactérias podem se multiplicar e deixar suas marcas, como uma obstrução no canal deferente. Um quadro desse tipo equivaleria a uma trompa entupida na mulher. Além das doenças sexualmente transmissíveis e das infecções, sequelas de cirurgias pélvicas ou inguinais também podem causar obstruções no canal deferente. Seja qual for a origem da obstrução, as células reprodutivas não conseguirão chegar ao seu destino nem misturar–se ao liquido seminal, ainda que os espermatozoides sejam de ótima qualidade.
A obstrução pode ser grave a ponto de não ser possível resolvê–la nem com uma cirurgia de recanalização. Neste caso, resta a possibilidade de se retirar os espermatozoides diretamente da parte superior dos testículos, com uso de uma agulha e realizar a fecundação do óvulo por meio da micromanipulação.
A varicocele
Os espermatozoides exigem uma temperatura de 35 graus centígrados para sobreviver. Por isso, há mecanismos naturais para manter os testículos na temperatura certa. Normalmente, eles ficam um pouco projetados para fora da cavidade abdominal, onde o calor costuma ser menor do que os habituais 37 graus da parte interna dessa região do corpo. Basta que a temperatura externa caia abaixo de 35 graus, no entanto, para que o corpo comece a agir.
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Prevenir nem sempre é possível
Sérgio e Isabel tiveram uma menina depois de um tratamento que restituiu à qualidade do sêmen. Foi uma intervenção cirúrgica para eliminar uma varicocele, inflamação que estava provocando a perda de espermatozoides por aquecimento excessivo do canal espermático. Ao trazer Sofia, já com três meses, para uma visita, Sérgio falou de como tinha se sentido mal por deixar a doença evoluir a ponto de precisar de uma operação. Perguntou então como poderia ter prevenido a varicocele. “Acho que não havia como prevenir“, respondi.
Eis ai uma doença que não resulta da falta de cuidado com a saúde, mas de um enorme esforço humano durante o seu processo evolutivo.
caso, a musculatura se contrai e aproxima os testículos para dentro da cavidade abdominal, compensando a perda de calor. É por isso que a pele da bolsa escrotal fica encolhida quando está frio e relaxa quando há calor. Entretanto, esse mecanismo de controle tem um limite. Se a temperatura externa estiver acima de 35 centigrados, seja por fatores ambientais, por processos inflamatórios ou varicocele, a natureza não tem como resfriar e proteger os testículos. A temperatura elevada começa então a destruir os espermatozoides, levando à oligoastenoespermia, uma baixa generalizada na quantidade e na motilidade dos espermatozoides. Um grau centigrado a mais por um período de alguns anos já deixa os gametas masculinos bastante danificados.”
A varicocele nada mais é do que um conjunto de veias dilatadas no testiculo. Cerca de 65% dos homens apresentam a doença, mas apenas 10% a 15% deles desenvolver problemas de infertilidade. O problema também pode ser chamado de varizes e está relacionado à própria evolução da humanidade. Os ancestrais do homem andavam como os quadrupedes. Portanto, todo o seu sistema circulatório foi se adaptando as mudanças milenares pelas quais ele passou até caminhar sobre duas pernas. Enquanto se esforçava para tornar–se um bípede, algumas funções vasculares passaram a sofrer uma pressão hidrostática muito maior, herança que perdura até hoje. A pressão diferenciada provoca, em muitos homens, um represamento de sangue as varizes – na veia espermática, o que aumenta a temperatura local, levando a oligoastenoespermia, Varicoceles geralmente acontecem mais do lado esquerdo devido à própria anatomia humana. Desse lado, a veia espermática desemboca na veia renal e forma um ângulo de 90 graus. Do lado direito, a ligação é com a veia cava, em um ângulo 45 graus, o que exigiu menor adaptação à nova postura.
A febre ambiental
Um fato preocupante tem chamado a atenção nos últimos anos. Os homens, de maneira geral, estão produzindo cerca de 10% menos espermatozoides do que há algumas poucas décadas.” Supõe–se que uma das causas seja a febre ambiental, termo usado para explicar o aumento da temperatura junto aos órgãos sexuais masculinos. Com efeito semelhante ao da varicocele, a febre ambiental danifica os espermatozoides pelo calor e sua incidência tem sido cada vez maior na explicação das causas masculinas de infertilidade.
Ao contrário da varicocele, no entanto, a febre ambiental se caracteriza por causas externas ao organismo. Muitas vezes ela ocorre em decorrência da proximidade a fontes de calor durante o trabalho – como acontece com os motoristas de ônibus – ou do uso de cuecas de tecido sintético e de calcas muito apertadas. Assentos de automóveis, bancos de plástico e roupas pouco permeáveis também podem aumentar o calor na região dos testículos e levar a oligoespermia.
Além da febre ambiental, a poluição ambiental e radioativa também estão contribuindo para o fenómeno de diminuição da produção de espermatozóides. Outra causa que também parece contribuir para as estatísticas desse problema é o estresse.
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No calor do motor
Júlio tornou–se motorista de ônibus quando mal tinha acabado de completar a maioridade. Casou–se bem depois, com 29 anos. Quando chegou aos 34, achava que nunca poderia ter filhos. Veio com sua esposa Sônia, que já há algum tempo ouvira falar de um serviço médico em São Paulo destinado a atender casais inférteis no Hospital Brigadeiro. O espermograma de Júlio não deixava dúvidas de que a causa era masculina: bai xa quantidade, baixa velocidade. Embora o resultado fosse muito parecido com o de uma varicocele, não se tratava disso.
“Como é seu trabalho”, perguntei.
“É o dia todo ao lado de um motor desses ônibus antigos, que me faz suar de calor. A roupa cola no banco de plástico, mas é essa minha profissão e já estou acostumado“, respondeu.
Não foi preciso investigar muito para saber que o problema era sério e que as condições de trabalho estavam roubando a fertilidade daquele paciente, caracterizando um quadro definido como febre ambiental.
esta diminuição generalizada da produção de gametas masculinos, a pesquisa médica ainda tem muito que avançar.
A retroejaculação
Há homens que não conseguem passar por uma etapa importante do orgasmo: a contração da próstata. O liquido é produzido mas não é liberado, refluindo para a bexiga. É este o quadro da retroejaculação.
A retroejaculação é um fenómeno bioquímico que resulta em impedimentos reprodutivos. Sua causa mais comum é o uso de alguns medicamentos antihipertensivos e antidepressivos, além do próprio diabetes. Para se ejacular, é necessário que haja uma descarga de adrenalina e certos medicamentos inibem tal ação do organismo. Homens tetraplégicos também apresentam uma disfunção parecida, mas por razões neurológicas.
Os casos de retroejaculação não são tão raros. Do ponto de vista da fertilidade, é uma doença cujo tratamento permite o uso de técnicas alternativas. Se o sémen é conduzido para a bexiga, basta que este órgão esteja vazio e sua acidez interna seja reduzida, o que pode ser feito com uma dose de bicarbonato de sódio administrada por via oral. Então, após um processo de masturba cão, será possível ao homem expelir o sêmen pela uretra e a amostra será lavada e tratada para utilização em uma inseminação artificial. It
A azoospermia
A azoospermia, ou ausência total de espermatozoides, é uma doença que só pode ser diagnosticada depois de um espermograma. O homem tem ejaculação, orgasmo, prazer, mas não há espermatozoides dentro do líquido que produz. A azoospermia pode ser de dois tipos de produção ou decorrente de fatores obstrutivos. No primeiro caso, existe algum problema no testículo, provavelmente de origem genética ou hormonal, prejudicando suas funções. No segundo caso, os gametas são produzidos, mas ficam bloqueados, caracterizando o caso de bloqueio do canal deferente já abordado acima,
Outras causas da infertilidade masculina
Casos em que a produção de espermatozoides é afetada por problemas hormonais giram em torno de 1% das ocorrências. Em geral, decorrem da produção insuficiente de hormônios hipofisinios, produzidos no cérebro, ou de hormônios testiculares. Para se fazer um diagnóstico seguro da alteração hormonal são necessários dosagens desses hormônios e muitas vezes lestes com hormônios facilitadores para que se chegue a um diagnóstico final.
Entre as causas de má qualidade do sêmen, há algumas curiosas. Certas substâncias quando ingeridas frequentemente podem contribuir para a diminuição dos espermatozoides. De alguma forma elas enganam a natureza, fazendo o corpo acreditar que são outra coisa. O milho, por exemplo, tem microestruturas muito parecidas com a estrutura básica do estrógeno e supõe se que possa produzir, no homem, efeitos semelhantes a esse hormônio feminino. Uísques americanos, feitos à base de milho, já foram objeto de estudo na investigação de problemas de oligoespermia entre seus consumidores. A maconha também tem microestruturas que podem ser confundidas, enquanto a cocaína possivelmente acarrete danos à produção do espermatozoides.
Existem ainda outras causas para a incidência de oligospermia e até de azoospermia – ausência de espermatozoides –, como alguns tipos de quimio terapia, por exemplo.
Ainda que sejam bastante raros, há casos em que cirurgias feitas em crianças para se corrigir aberturas irregulares da uretra são mal sucedidas e deixain sequelas que, na idade adulta, impedem a deposição de espermatozói des no fundo da vagina.
Casos de criptorquídea (ausência de testículos na bolsa escrotal) também são raros, mas causam grande dano aos tecidos dos testiculos, acarretando muitas vezes a esterilidade irreversível.