O TRATAMENTO CLİNICO EM REPRODUÇÃO humana é aquele que só exige o uso de medicamentos pelo tempo necessário para que se restabeleçam as condições de saúde que possibilitem a gravidez. No homem, o principal objetivo e que ele tenha um espermatozoide saudável, livre de bactérias e de problemas de trânsito ou acidez provocados por eventuais doenças tratáveis. Na maioria dos casos, são inflamações, infecções ou problemas hormonais que causam tais problemas. Geralmente, o tratamento é feito por um período mínimo de 30 dias, seguidos de uma reavaliação do quadro clinico. Cabe ao especialista avaliar corretamente se há condições de reverter a doença que impede a fertilização apenas com medicamentos.”
Tratando as infecções
Os casos mais comuns de doenças infecciosas na vesícula seminal ou na pros tata raramente chegam ao esterileuta. Caracterizadas por febre, dor no baixo ventre, mal–estar e alterações de ritmo urinário, tais infecções, via de regra agudas, são geralmente identificadas e tratadas pelo urologista. Os casos que normalmente chegam ao esterileuta são subagudos ou Crônicos, não apresentando os sintomas descritos acima, embora os exames do paciente apontem para uma baixa motilidade do espermatozoide.
Felizmente, é grande o arsenal de tratamentos e medicamentos para resolver as causas infecciosas da infertilidade masculina. Existem dezenas de famílias de antibióticos para tratar infecções e inflamações de próstata e vesícula seminal. 11
Em geral, a vesícula seminal e a próstata são mais atingidas por infecções Crônicas do que agudas. Estas ultimas se caracterizam por um quadro de muito mal–estar e dores para urinar ou sentar, mas, por outro lado, são tratadas inicialmente facilmente. Já a infecção crônica ou subaguda exige um longo tratamento à base de antibióticos para ser eliminada, caso já esteja presente no organismo há algum tempo. Muitas vezes o problema continua-la quando se repete o exame de cultura após o tratamento. Isso ocorre porque o antibiótico precisa penetrar muito bem no tecido para combater a infecção, mas a próstata e a vesícula seminal não são órgãos muito vascularizados, ou seja, não há muito sangue nelas para conduzir o medicamento na quantidade necessária. Depois dos 40 anos, a irrigação diminui ainda mais, aumentando o período de trata mento necessário para a cura de infecções.
Mesmo que o especialista verifique que a infecção está curada, não adianta correr e lazer um novo espermograma imediatamente, pois os espermatozoides levam em média 70 dias para amadurecer. Depois de constatada a cura, portanto, ainda será necessário esperar cerca de 90 dias para que os novos espermatozoides, nascidos em um ambiente muito melhor, consigam amadurecer e melhorar os resultados do espermograma. Médicos esterileutas e urologistas sabem que precisam ficar muito atentos a esses prazos. 26
Tratamentos hormonais
Como já vimos, problemas hormonais são responsáveis por apenas 1% dos problemas de infertilidade masculina. No entanto, quando constatada tal condição após um diagnóstico hormonal acurado, deve se fazer um tratamento de substituição hormonal para tentar corrigir a produção de espermatozoides.”
E importante observarmos, no entanto, que tratamentos hormonais com resultados questionáveis e até desastrosos já foram usados no passado e alguns continuam sendo aplicados ainda hoje. Durante algum tempo, utilizou–se gonadotrofinas no homem para aumentar o tamanho do testículo e a sua funcionalidade. No entanto, esse tipo de tratamento só é recomendado se houver algum distúrbio hormonal que atrapalhe o funcionamento dos testículos, como a queda de FSH e L.H. Ou seja, o uso não é aleatório e depende de uma cuidadosa dosagem hormonal, para detectar os níveis de testosterona, LH e FSH. Se não há deficiência, nada justifica a prática – que infelizmente ocorre –– de se ministrar gonadotrofinas.
O tempo também ensinou a não abusar do uso da testosterona, hormônio masculino fundamental no processo reprodutivo. Os efeitos eram violentos: a taxa de espermatozoides crescia no início, mas depois, em muitos casos, constatava se uma atrofia dos testículos. Diante disso, tentou–se um segundo enfoque. Em vez de receitar testosterona para o homem, ministravam–se outros hormônios para sua parceira, de forma a aumentar a receptividade do muco cervical para segurar os poucos espermatozoides. Hoje em dia, os caminhos são outros. As causas para a baixa produção ou motilidade dos gametas masculinos são investigadas e tratadas, em vez de se tentar recursos para loiçar uma produ ão maior. Com esse novo enfoque, os antibióticos ganham importância indiscutível, já que muitas dessas causas são processos infecciosos, como já vimos.
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Tratamentos que exigem cautela
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Os vasodilatadores ainda figuram entre os medicamentos utilizados em casos de baixa contagem de espermatozoides no espermograma. Embora tenham começado a cair em desuso, eles já foram muito recomendados. São os mesmos medicamentos que se costuma ministrar a pessoas com isquemia cerebral, tontura ou labirintite. Acreditava–se que os vasodilatadores pudessem aumentar a irrigação sanguínea no testículo para elevar a capacidade de for mação de espermatozoides. Sua eficácia, porém, nunca foi comprovada cientificamente e seu uso foi sendo abandonado com o tempo.
O citrato de clomifene, conhecido como medicamento para induzir a ovulação feminina, também é usado em tratamentos masculinos, mas não no caso de infecções ou inflamações. De fato, algumas pesquisas médicas feitas em grupos de pacientes com baixos níveis de espermatozoides comprovam que, com o emprego da substância, houve melhora nos resultados do espermograma e do Swim Up.28 No entanto, estudos prospectivos mostram que o aumento da quantidade e motilidade dos espermatozoides não era suficiente para resolver o problema da infertilidade, uma vez que não havia um aumento proporcional das taxas de gravidez. E possível que permaneçam sequelas na formação de parte dos gametas, mas nada foi comprovado. Por enquanto, é apenas um dado estatístico, ainda não explicado pela medicina.” No entanto, não podemos ignorar que a melhora nos resultados do espermograma em razo do uso do citrato de clomifene cria expectativas para o casal que não necessariamente se traduzem na fecundação natural do óvulo, ou mesmo no sucesso da fertilização in vitro. Essa constatação já é suficiente para que se tenha cautela e se busque outras forinas de tratamento.
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